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EVENTOS

“DORES DA POLÔNIA” NA CASA DA PRAÇA

   Na quarta-feira, dia 26 de março, ainda comemorando os 321 anos de Castro, a cidade recebe o cineasta e jornalista Ulisses Iarochinski para exibição de seus documentários e vídeos-poemas. “Dores da Polônia” apresenta os filmes documentários “Wojcieszków – Minhas Origens”, “Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau”, “80 anos de Libertação de Birkenau”, e “Levante de Varsóvia – 1944”, e os vídeos poemas “Aos que vão nascer” de Bertolt Brecht, “Nós, Polacos Judeus” de Julian Tuwin e “Versos Íntimos” de Augusto dos Anjos.
   Todos os filmes têm roteiro, produção, direção, montagem e narração de Ulisses Iarochinski, e os vídeos-poemas são também recitados pelo cineasta. “Dores da Polônia” é um evento criado pelo cineasta para comemorar datas significativas da Polônia,
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como os 80 anos de Libertação dos Campos de Concentração e Extermínio de Auschwitz, os 80 anos do Levante de Varsóvia, a participação das mulheres polacas na criação do Dia Internacional da Mulher, dos 215 anos de nascimento de Fryderyk Chopin e dos 1000 anos de coroação do primeiro rei da Polônia, Bolesław I.
   O ano de 1944 foi marcante na história da Polônia, que viveu intensamente a Segunda Guerra Mundial, a qual terminaria em 8 de maio de 1945. A primeira lembrança da resistência polaca naquele ano é a revolta popular dos habitantes de Varsóvia, que teve lugar entre agosto e outubro. Durante esse período, os varsovianos enfrentaram 40 mil soldados das forças armadas nazistas alemãs, apesar de contarem com um número muito menor de combatentes.
   A chamada "Powstanie Warszawskie" ou Levante de 1944 foi a insurgência da "AK - Armia Krajowa" (Exército Paisano), na qual mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos, católicos, protestantes, ciganos, polacos de origem judaica e alguns estrangeiros ousaram contra-atacar os ocupantes alemães. A revolta explodiu no dia 1.º de agosto de 1944 e se estendeu até 2 de outubro quando os líderes da AK assinaram a rendição. Morreram 166 mil varsovianos, entre eles 11.500 polacos de origem judaica. De uma população de 1,7 milhão de pessoas antes da guerra, restaram menos de 6% dos habitantes da cidade.
   Como consequência dessa ousadia, a capital da Polônia foi devastada quase completamente ao final da Segunda Guerra Mundial.
   O segundo documentário exibido, "Cemitério sem Tumbas – Auschwitz Birkenau", foi produzido em 2005, quando Iarochinski registrou as comemorações dos 60 anos da libertação dos campos de concentração e extermínio nazistas. O filme apresenta cenas chocantes dos experimentos do médico Josef Mengele, a história dos campos nas cidades polacas de Oświęcim e Brzezinka, e a presença de líderes mundiais no Monumento das Vítimas do Holocausto. O terceiro documentário apresenta os 80 anos de libertação de Auschwitz comemorados neste 27 de janeiro de 2025.
   O quarto documentário, que na verdade, abre a noite é “Wojcieszków – Minhas Origens”, é inédito. Será apresentado pela primeira vez em Castro, pois tem muito a ver com muitos castrenses, que de uma forma ou outra são descendentes do bisavô de Ulisses, o casal Piotr Jarosiński e Anna Filip-Jarosińska, que o cartório de Castro acabou abrasileirando para Pedro Iarochinski e Ana Iarochinski, moradores até morrer da Vila Rio Branco. São descendentes dos dois os Iarochinski, Iarosinski, Wiszniewski, Sarnoski, Kuk, Nuzda, Ratuchny, Lima, Hażelski e outros castrenses. Também são apresentados trechos de poemas dos poetas Bertolt Brecht (alemão) e Julian Tuwim (polaco) sobre os horrores da segunda guerra mundial em terras polacas; versos de Vinícius de Moraes sobre a beleza da mulher, encerrando-se com o célebre poema de Augusto dos Anjos.       
   Ulisses Iarochinski, jornalista, historiador, cineasta, produziu e dirigiu 41 documentários de curta-metragem e longa-metragem. Escreveu e publicou 19 livros sobre a imigração polaca, a guerra do contestado e o descobrimento do Brasil.