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Parole

Gira a Gíria!

Por Edgar Talevi de Oliveira

 

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   A Língua é um constructo social, dinâmico e ativo. Isso nos permite dizer que transformações existem e cooperam para o aparecimento de novas linguagens que evidenciam as características vocabulares dos falantes, ao mesmo tempo em que consolida a pecha de que a cada dia uma nova Língua está a ser construída.
   Fruto disso são as gírias que, em seu nicho estrutural vocabular, desenvolvem a criatividade e a competência linguística dos falantes de um idioma.
    E, em se falando de gírias, vamos passear por algumas delas?!
“Crush” – o termo é oriundo do Inglês e virou gíria brasileira para substituir a palavra “paquera”. Isso sugere que essa gíria indica atração por alguém.
“Dar PT” – essa gíria está associada ao sentido de perda, pois sua abreviatura provém da frase: “Perda Total”. Dar PT é, portanto, uma expressão que consolida um ato inconsequente.

 

“Falsiane” – essa gíria é usada, via de regra, para se referir a um indivíduo considerado falso. Simples assim. Concordam?!
“Ranço” – muito popular, é usada com sentido de repúdio, de aversão, portanto quando uma pessoa diz que está com ranço de algo, isso equivale a dizer que ela não gosta daquilo.
“Shippar” – essa expressão é, na verdade, um neoverbo (verbo inventado). Derivado do Inglês “relationship”, que significa “relacionamento”.
“Spoiler” – tornou-se muito comum para se referir à antecipação do final de um filme. E sempre existem os quebra-prazeres, não é mesmo?!
“Trollar” -é o mesmo que enganar. Essa gíria surgiu a partir do termo “troll”, usado na internet para se referir a alguém que gosta de enganar outras pessoas.
Sei, não é fácil, mas necessário adequar-se ao contexto linguístico dos tempos modernos. Para isso basta-nos permitir que as mudanças ocorram e corramos a nos atualizar.
Fiquemos hoje com os versos de “Thiago Pomarico”:
“Os que desistem da essência humana são os mesmos que fazem eco nas gírias da escuridão”.
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Edgar Talevi de Oliveira, licenciado em Letras pela UEPG; pós-graduado em Linguística,  Neuropedagogia e Educação Especial; bacharel em Teologia pela UNINTER; mestre em Teologia pelo SETEPE; membro da Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes; autor do livro Domine a Língua - o novo acordo ortográfico de um jeito simples, em parceria com Pablo Alex Laroca Gomes; autor do livro Sintaxe à Vontade - crônicas sobre a Língua Portuguesa; professor de Língua Portuguesa do Quadro Próprio do Magistério do Estado do Paraná; revisor profissional de textos acadêmicos; e articulista de diversos jornais municipais e estaduais.