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Parole

Rir é o melhor Remédio!

Por Edgar Talevi de Oliveira

 

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   A percepção de felicidade tem sido concebida futilmente pelas sociedades modernas, haja vista sua pseudo compreensão que evoca a promoção de recursos financeiros, o sentimento de pertença a determinados grupos sociais - o que exige aceitação de seus pares para a manutenção do status quo - bem como a falsa sensação de bem-estar gerada pelo entendimento de estar bem-sucedido em razão de ascensão na carreira profissional e, não obstante, obter-se êxito nas relações interpessoais diversas.       Percebe-se, nisso, um elevado grau de ansiedade, tanto no trato individual quanto no interacional, em diferentes grupos sociais. Isso se evidencia na própria dinâmica das relações de família e suas vicissitudes, no âmbito do mercado de trabalho e, de igual modo, na demanda da formação educacional voltada à concorrência e disputa de vagas nas universidades.

 

    Mas, neste cenário, é possível encontrar consolo e motivo para Rir da/na vida? Sim, inequivocamente. E isso começa pela ressignificação de nossas lutas diárias. Pensemos: o quanto realmente ganhamos em perder o tempo tentando ganhar a vida, em uma inexaurível busca por dinheiro? É fato a importância do sustento, mas famílias, casamentos, filhos sofrem a ausência de seus entes à medida que o tempo passa. Tempo, palavra mágica, conteúdo irrecuperável, e que nos vence – é só questão de tempo!
   Para tanto, proponho um remédio natural, sem contraindicações, comprovadamente eficaz para toda patologia emocional, espiritual e física que possa nos acometer: Simplesmente RIR! Comprovo: um estudo da Universidade de Oxford mostrou que dar uma boa risada reduz a sensação de dor. Os médicos envolvidos na pesquisa afirmam que, após rirmos, hormônios como endorfina e serotonina são liberados na corrente sanguínea, proporcionando bem-estar.   
   E tem mais: alguns estudiosos garantem que o riso e o bom humor protegem até mesmo o coração, pois melhora a ventilação pulmonar e o fluxo sanguíneo e chega a melhorar o desempenho sexual. Essa descoberta tem amparo nos resultados da pesquisa do cardiologista Michael Miller, da Universidade de Maryland. O estudioso apontou que o riso, aliado a exercícios físicos regulares e dieta balanceada evita problemas cardíacos. Outros pesquisadores, da Universidade Loma Linda, na Califórnia, nos Estados Unidos, comprovaram que o bom humor é um forte aliado ao bem-estar profissional. Segundo os estudiosos, pessoas bem-humoradas se adaptam e lidam melhor com situações de conflito. 
   Sendo assim, a pergunta que faço é: por que não rimos quando as situações não estão bem? A resposta está na sublimação de nossas dores como mecanismo de defesa, teoria defendida por Freud. Transformar os problemas do dia a dia em ações socialmente aceitáveis, como mecanismo de defesa, gera ainda mais ansiedade. O remédio é a aceitação de sua própria identidade e coragem no enfrentamento das intempéries da vida.
   Cito exemplos: quanto tempo investimos no relacionamento conjugal, com os filhos, entre amigos ou para nós mesmos? E nosso encontro com Deus, nossa espiritualidade – e isso não diz respeito meramente à religião – tem encontrado espaço em nosso tempo? Tomás de Kempis, notório teólogo, diz, em sua magna obra “Imitação de Cristo”: “Enquanto portares vida, haverá de ter necessidade das munições do espírito”.
   Resumo nosso esforço humano, seja pessoal, interpessoal, familiar, profissional ou espiritual como uma forma de flexionar o tempo. Mas, não nos esqueçamos de que o tempo não aceita barganha, pois ele é o senhor de si próprio. Por isso, rir é o melhor remédio para a alma feliz, aflita ou ansiosa. O tempo não nos pertence, mas podemos nos aliar a ele, rindo do que ele nos traz.
   E você, prezado leitor, já sorriu para alguém hoje? O motivo? Ser feliz!
   “O coração alegre aformoseia o rosto” (Provérbios 15:13 – ARA)
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Edgar Talevi de Oliveira, licenciado em Letras pela UEPG; pós-graduado em Linguística,  Neuropedagogia e Educação Especial; bacharel em Teologia pela UNINTER; mestre em Teologia pelo SETEPE; membro da Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes; autor do livro Domine a Língua - o novo acordo ortográfico de um jeito simples, em parceria com Pablo Alex Laroca Gomes; autor do livro Sintaxe à Vontade - crônicas sobre a Língua Portuguesa; professor de Língua Portuguesa do Quadro Próprio do Magistério do Estado do Paraná; revisor profissional de textos acadêmicos; e articulista de diversos jornais municipais e estaduais.