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Memória

Rita Lee (passou) por aqui

Fãs da ‘rainha do rock’ ou da ‘padroeira da liberdade’, como ela preferia ser chamada, tiveram a oportunidade de assisti-la em duas apresentações por aqui: show em 1993 (Centro de Eventos, promoção do Clube Verde), e na 8ª Münchenfest (2/12/97). Thailan Jaros (CBN Ponta Grossa) entrevistou Eduardo Gusmão, que teve o privilégio de conhecê-la pessoalmente em dois momentos. Confira áudio a seguir.

 

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Eduardo Gusmão, Rita Lee e Filipe Gusmão. (Foto acervo pessoal)

   Antes de partir

   Ela anunciou sua despedida dos palcos em 2012, mas já deixava saudades por uma carreira de inúmeros sucessos memoráveis, a exemplo de Mania de Você, Caso Sério, Baila Comigo, Banho de Espuma e Lança Perfume, que agradou até mesmo Rei Charles da Inglaterra, além de outras celebridades Brasil e mundo afora. Por essas e outras, Rita Lee Jones de Carvalho se revelou uma artista à frente de seu tempo, ganhando notoriedade como a mais perfeita tradução da cidade de São Paulo, assim como a concessão do Grammy Latino 2022 pelo conjunto de sua obra. Quatro anos após deixar de fazer shows, ela surpreende
sua legião de fãs com a obra Rita Lee: uma autobiografia (2016), sucesso de vendas em todo o país.
Fora dos palcos, seu talento também se faz presente na Literatura em cinco livros infantis, uma coletânea de contos e três biografias, uma delas recém póstuma lançada em 22 de maio último (Rita Lee: outra autobiografia), data consagrada à Santa Rita de Cássia, como ela ainda desejou antes de partir, em 8 de maio do corrente. Rita Lee viveu intensamente uma história de amor extraordinária com Roberto de Carvalho, realmente, um Caso Sério, passando seus últimos dias num sítio ao lado de seu grande amor e dos bichos que ela tanto amava. (Eduardo Gusmão)

Eduardo, Rita e Ney

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Enquanto ainda lemos Rita Lee: outra autobiografia, nunca será demais agora relermos a primeira autobiografia da ‘padroeira da liberdade’, que volta a ocupar a lista dos livros mais vendidos pelos brasis afora. No artigo a seguir, aproveitamos para recomendar a biografia de Ney Matogrosso – Vira-Lata de Raça, escrita por Rita Lee e seu filho Beto Lee.

 

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Autobiografia instigante 

   Sempre gostei muito de saber sobre a vida, obra e bastidores a respeito de artistas que povoam a nossa imaginação – em meu caso, desde que me conheço e me entendo como gente. Pra ser mais direto, comecei a apreciar ídolos da sétima arte, ainda em tenra idade (a minha primeira vez na telona aconteceu aos sete anos, e a primeira vez a gente nunca esquece). De lá pra cá, amei por demais me inteirar cada vez mais acerca de meus ídolos ou celebridades do cinema, teatro, música e televisão, a exemplo da cantora e compositora Rita Lee Jones de Carvalho, também multi-instrumentista, atriz, ativista e escritora talentosa, que descobri ao ler Rita Lee: uma autobiografia  (Globo Livros, 2016).

   Bem antes de imaginar que um dia fosse conhecer e me ‘deliciar’ em leitura das mais agradáveis sobre sua trajetória pela música popular brasileira em livro, como integrante da emblemática banda Os Mutantes e mais adiante em carreira solo como “rainha do rock brasileiro”, tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente como jornalista em duas ocasiões: a primeira na segunda metade dos Anos 70, em Curitiba, em entrevista exclusiva para a revista VUP (Castro-PR); e a segunda em 1993, quando de seu show em Ponta Grossa (Centro de Eventos, na Festa da Camiseta do Clube Verde). Além de Cultura em geral, gosto muito de estar atualizado politicamente falando, mas prefiro e recomendo bons livros de memórias como essa autobiografia, que já figurou entre os mais vendidos da revista Veja (Editora Abril) ao longo de diversas semanas.

 

Vira-Lata de Raça

   Em seu festejado best-seller de 2016, Rita Lee se revelou uma escritora de talento das mais aplaudidas pela mídia especializada brasileira. Mas eis que, surpreendentemente, ela ressurge no mercado editorial, dois anos depois de sua obra autobiográfica, com as memórias de um dos mais importantes intérpretes da música popular brasileira, juntamente com seu filho Beto Lee, assinando Ney Matogrosso, Vira-Lata de Raça (Tordesilhas / Alaúde Editorial, 2018). Com pesquisa, interlocução e organização de Ramon Nunes Mello, poeta, escritor, jornalista e ativista dos direitos humanos, mãe Rita e seu filho Beto respondem para todos os públicos pelos brasis afora aquelas perguntas que a própria Rita fez questão de fazer e deixar para a posteridade: “É um camaleão? É um feiticeiro? É uma sereia tropical? É uma vedete escandalosa? Sim, tudo isso e muito mais: é the one and only, Ney Matogrosso!” Enfim, aí está mais uma leitura atraente do começo ao fim, registrando a vida e obra de um grande artista de ontem, hoje e sempre, que recomendo a todos aqueles fãs de Ney, desde sua estreia como vocalista da banda Secos & Molhados.