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Manda Ver

Homens putos x Mulheres cínicas

por Thaty Marcondes
  Como os homens são grossos! Acham lindo qualquer referência à "fulaninha de tal, uma aí, que eu comia de vez em quando!". Mas ai de nós, mulheres modernas e emancipadas, se dissermos à mesma mesa: "fulano de tal, um casinho que tive no passado!".
    Uau! Psiu! Escândalo à mesa...
  À meia boca, nos cochichos, nos cantos, nos banheiros, o comentário geral: "Você ouviu só o que ela disse?! Estou besta! Quer se portar como um homem!".
  Muito bonito, sociedade de caras-de-pau! Homem pode contar à vontade as inúmeras visitas às "casernas do alheio" e nós, pobrezinhas, não podemos, sequer, apontar meia dúzia de "bananas"?!
   Oras... Querem igualdade? Então se portem de igual maneira essa história de homem pode e mulher não pode, pra mim, não passa de falsidade, falso moralismo, falta de caráter mesmo. É tudo igual.
   Essa história de lavou tá novo, se aplica a ambos os sexos, sabiam? Agora... A performance... Se vai ficar prejudicada ou não após a primeira ejaculação... Isso não posso dizer...
   Mas da forma como os machos da nossa espécie se referem ao fato tratando-o como coisa banal, fácil fácil de se realizar, devo pensar que devem ser iguais às fêmeas: "lavou tá novo". 

   

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Hoje fui obrigada a me levantar da mesa por um excesso de delicadeza do meu cara-metade (glup!), ao fazer um comentário a uma fulaninha que ele já havia "comido".
 Machos de merda! Quem come somos nós, mulheres, que "literalmente" os engolimos.
Tá: o negócio de vocês é contar em números? E quem contar mais ganha o quê?
 Então vamos lá: 1, 2, 3,.........................??????????????????  
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Thaty Marcondes, escritora e poeta.  Prêmio ALCG 2008 (crônica, primeiro lugar); Prêmio Anita Philipowski (2009); Vestibular UEPG (2010); Azul da Prússia (habilitado para os prêmios Brasil Telecom e Jabuti - 2013); Concurso Nacional de Contos Thaty Marcondes (2013). Cadeira nº 24 da AJL (Academia Jundiaiense de Letras). Cadeira n° 32 da AFLAJ (Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí). Cadeira nº 34 do GCPPF (Grêmio Cultural Professor Pedro Favaro). Crônica publicada no livro Femina (Editora In House, 2020, pág. 113).