A multiplicidade de etnias, tantas e tão variadas, permitiu a criação de uma Copa do Mundo só nossa, apenas com os descendentes dos principais países, a maioria monoglota, falando português com sotaque da roça.
Eles estão simbolizados por esta região de russos, que trouxeram à cidade a vocação para o transporte, e com seus carroções venceram longas distâncias, continuando assim a tradição da tropa. Sobre a matriz viajante se sobrepõe a afeição eslava para todas as vastidões.
É a cidade que se multiplica, estendendo-se para as rodovias do interior do país e da América Latina. Não há mais tropa, o carroção de imigrante é agora a carreta, que de lá parte e lá chega. E crescem improváveis empresas nesta área de divisas incertas. Costureiras de encerados com suas máquinas trabalhavam a céu aberto nas beiras da estrada, onde hoje ainda é farto o fornecimento comercial de afeto, também conhecido como sexo.
Como outra cidade, sempre renovada, alteram-se as pessoas nesta urbe mista, meio caminho da viagem de vinda . Ainda está em processo a imigração rápida dos que chegam e partem, mas, nos bairros, casas de raízes de concreto se afincam no solo para elas fértil.
Vindo do período dos tropeiros, distante no espaço e no tempo, chega-nos todos os dias, pelos restaurantes deste hemisfério, o prato mais tradicional da freguesia – o alcatra na pedra, com seus acompanhamentos rústicos que ninguém nunca recusa, mesa farta de caminhoneiro, nosso jeito de ser russo-brasileiro.
E se não eram assim tão produtivas as terras concedidas aos imigrantes, intermináveis são os nossos horizontes, assim no hoje como no ontem.