PG 200 ANOS
por Miguel Sanches Neto
Time do Operário Ferroviário na década de 30
Avenida Visconde de Mauá, na década de 20
CONFIRA ‘NOVA RÚSSIA’ AMANHÃ NESTA SEÇÃO
por Eduardo Gusmão
Quem conhece mais de perto Péricles de Holleben Mello, ponta-grossense por demais convicto de seu amor incondicional por esta comunidade que ele definiu como Cidade Viva, desde sua incursão como político no auge de sua carreira, deve saber de seu talento inerente para escrever poesias. Assim, pelos idos de meados dos anos 70, quando frequentava Letras Português/Inglês pela UEPG, conheci Péricles já formado em Engenharia Civil pela UFPR, em momento que retornava em definitivo para casa de seus pais em PG, frequentando ainda em sua plena juventude alguns barzinhos de então pelos arredores de nossa amada UEPG, aliás, a única instituição de ensino superior à época.
Como jornalista ainda provisionado, pois não havia nem sinal de curso de Jornalismo por aqui, já trabalhava em revista fundada em Castro, a VUP, por meu inesquecível amigo jornalista Fernando Silvio Roque de Vasconcelos, juntamente com o empresário Izidro Constantino Guedes. Nascia a partir daí uma amizade que já conta algumas décadas. Bem, tudo isso pra dizer que Péricles Mello era e ainda nutre verdadeira paixão por leituras em diversos segmentos do conhecimento humano, entre os quais a Literatura brasileira e universal, naturalmente. Tanto que um de seus poemas mais aplaudidos pelos amigos se intitula Biblioteca, além de Imanência, premiada em concurso de poesias em nível nacional, entre outros textos também premiados.
Enfim, enquanto levava meu curso de Letras, pois residia em Castro, vindo de ônibus diariamente para estudar, fui conhecendo outros amigos e amigas que tinham vocação literária e musical, nascendo daí um grupo que resolvemos denominar de Musiliterário e, pouco mais adiante, de Cooperarte (Cooperativa de Arte de Ponta Grossa), com acolhida em encontros marcados pelo SESC local. Foi daí também que, ainda pela revista VUP, surgiu um movimento literário que ‘batizamos’ de Contraponto, que ganhou destaque com a seguinte chamada de capa: De poeta e louco... quer dizer, todo mundo tem um pouco.
Resumo da ópera, como dizem: Sem ainda se envolver de corpo e alma pela militância política partidária em plena ditadura militar, Péricles de Holleben Mello, em agosto de 1977, começou a lecionar pelo recém criado curso de Engenharia Civil da UEPG, cujo ambiente lhe proporcionou conhecer professores e autoridades universitárias da época, a exemplo do professor e primeiro reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha, que, conhecendo-o mais de perto, passou a chamá-lo de poeta bissexto. Então, para lançá-lo de vez como talento de versos que revelam sua verve literária, TANOTIPO publica nesta seção, com exclusividade, um de seus mais belos poemas: Milonga perdida. Mas toda essa história não para por aqui, porque toda a produção poética de Péricles vem sendo trabalhada para lançamento de seu primeiro livro, que se espera não seja uma obra bissexta.
MILONGA PERDIDA